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Texto e Ilustração Por Andre Sant
Era uma linda tarde de prima vera em Paris, a época do ano mais perfeita no lugar mais perfeito para se estar.
Pessoas bem vestidas e turistas que passavam e se divertiam com o vislumbre a grande torre de metal, todos olhavam aquela sucata de forma tão incrível que ninguém percebia os horrores e miséria que aquela maravilhosa cidade disfarçava muito bem.
Em um dos muitos becos e corredores de desova dos resíduos dos inúmeros restaurantes da cidade lá estava Jacob, sentado em um papelão, não estava frio como no inverno, mas era uma época do ano fria, sempre era frio em Paris, o calor vinha mais de outros corpos humanos do que do sol em si. O beco era molhado, Jacob ficava na esquina entre o beco e umas das vias de acesso à rua principal, era uma rua pouco movimentada pelos turistas, ele quase nunca conhecia as pessoas que por ai passavam, eram tão diferentes, muitas delas esnobes que se era possível distinguir os humildes pelo olhar, eram os poucos humildes que ali passavam que o ajudavam a se manter vivo, tudo mudará repentinamente em sua vida, sua mulher havia falecido por câncer e durante a luta acabou se entregando as bebidas e logo perdeu o emprego, o resto foi consequência, a hipoteca da casa, os impostos do banco, Paris é uma cidade tão linda quanto cruel quando se trata de dinheiro, talvez por isso, talvez por esta situação as pessoas são forçadas a se tornar mesquinhas e singulares ao ponto de esquecer que existem outras pessoas além de si mesmas, mas ali estava, ali estava Jacob, sua cabeça inclinada para baixo e com as mãos pra cima, ambas juntas como se suplicasse ajuda do céu acima das pessoas que ali passavam e o ignoravam, mas naquela manhã tudo se fez diferente, um homem que ele nunca notará a presença passou por ali, parou em sua frente, e esperou ele olhar na sua direção, assim que olhou, o viu, percebeu que o homem era cego, o homem bem vestido sorriu.
- Você pode enxergar? Perguntou o rapaz bem vestido de chapéu e luvas estranhas.
- Sim posso!
- E o dia está bonito hoje?
- Sim está lindo! Respondeu Jacob quase perguntando o porquê daquelas luvas estranhas.
- Poderia descrever pra mim? Eu te pago por isso. Respondeu o Homem cego.
- O sol está calmo, o céu azul com poucas nuvens, em frente a torre os velhos turistas e amantes apaixonados.
- Obrigado. Disse o homem cego se virando.
- Ei e meu dinheiro.
- Aé... já estava me esquecendo que comprei o seu olhar por um pequeno instante. Disse o homem cego sorrindo novamente e colocando a mão no bolso e tirando de lá uma moeda qual atirou em direção a voz do mendigo.
- Ei essa moeda é de ouro?
- É sim! Eu sou cego, se lembra? Assim eu posso pagar qualquer coisa com uma moeda ou duas sem que ninguém me roube o troco. – Disse o homem cego finalizando a frase com uma risada e seguindo andando.
Jacob se levantou e correu até uma loja de penhores não muito longe dali, entregou a moeda ao dono da loja, a examinou cuidadosamente e depois examinou o seu cliente de forma mais cuidadosa ainda.
- Onde conseguiu isso filho?
- Um homem cego me deu, por que é falso?
- Não pelo contrário, é muito mais que verdadeiro. É puro, 1000 pontos.
- Como assim puro, mil pontos, quanto que isso vale?
- O ouro puro é denominado ouro 1000 ou 24 quilates (24K). Na realidade. O ouro nunca tem uma pureza total, e a classificação mais alta cai para 999 pontos. O ouro 24K que chamamos de 100% puro equivale a 999 pontos na escala europeia. O ouro 18K, que tem uma pureza de 75%, equivale a 750 pontos, o restante se completa com liga metálica, quanto mais ouro, menos liga metálica e vice versa... Escuta filho por honestidade, você disse que quem te deu isso foi um homem cego, com certeza ele não tem ideia do que te deu, encontre ele e devolva isso, isso é tão caro que eu nem se quer tenho como te pagar, essa moeda tem quase 100gm minha loja é pequena pra portar algo assim, fora que isso atrairá um mar de ladrões e marginais pra minha loja.
- Sim, senhor eu vou fazer isso.
Jacob guardou a moeda no bolso e voltou para as ruas, se sentou em seu papelão, estendeu as mão para o céu com a cabeça curvada, e ficou ali o resto do dia, recebeu um pão de um casal, uma tigela com comida de uma senhora idosa, dois dólares americanos e amassados que gastou com um chocolate quando começou a esfriar a noite, deitou em seu papelão e se encolheu para tentar se aquecer do frio noturno de Paris, aquela era verdadeira face da cidade maravilhosa, fria e solitária, estava encolhido quando um jovem se aproximou e lhe cobriu com uma manta. Aquilo o salvou naquela noite.
O Sol logo despertou e junto com o sol vieram os guardas chutando Jacob e o obrigando a sair de onde estava, Jacob acordou com uma coceira nos olhos, mas nem teve tempo de se preocupar o guardas estavam mexendo em suas coisas querendo seus documentos para provar que Jacob não era um turista que havia se iludido com a cidade e decido morar ali e viver da arte como os artistas ao pé da torre de metal, não encontraram nada então revistaram Jacob acharam no bolso de seu casaco os documentos, estava tudo certo com a documentação, o guarda jogou os documentos contra o peito de Jacob e mandou que ele saísse daquele corredor, Jacob pegou suas coisas e estava saindo quando ao guardar os documentos em seu bolso a sua moeda caiu assim que ele retirou a mão do bolso do casaco, os guardas viram a moeda brilhando como o ouro mais puro que de fato ela era, os guardas avançaram na moeda, e Jacob fez o mesmo, conseguindo pegar a moeda a tempo.
Os guardas ainda sim o pressionaram contra a parede, querendo saber onde ele havia conseguido aquela moeda, não satisfeitos com a verdade os guardas o agrediram ainda mais e lhe tomaram a moeda, Jacob estava caído no chão quando o homem cego apareceu ao seu lado.
“Malditos que vocês se tornem estatuas de ouro” Pensou Jacob por um instante.
- O senhor está bem?
- Da o fora! Disse Jacob sem notar com quem estava falando.
- Me desculpe não quis ser indelicado.
Jacob então o olhou e viu que era o homem das moedas douradas. Mas a desta vez havia algo diferente, estava sem luvas e sua mão estava com ataduras manchadas de sangue seco.
- Desculpe eu não vi que era você, o que houve com suas mãos?
- Minhas mãos? Nada é apenas uma alergia.
- Parece que é muito pior que isso, parece que você as queimou.
- Eu faço ideia de como elas devem estar feias, é uma reação alérgica realmente forte. Por isso que passo aqui frequentemente, eu conheço bons médicos por aqui, os melhores que o dinheiro pode comprar.
- Aproposito falando em dinheiro ontem você me deu uma moeda, e ela era muito mais valiosa que uma moeda simples, não era apenas ouro, era um tipo de ouro puro!
- Aquilo não passava de um trocado.
- Você deve ser mesmo muito rico, pra chamar aquilo de trocado. Eu levei a maior surra por conta daquilo.
-Olha se você tivesse um dom singular, um dom maravilhoso que valesse mais do que qualquer outra coisa você se preocuparia com dinheiro?
- Não, mas eu não tenho nada, nem dom, nem dinheiro, nem merda alguma.
- Você acha que se você fosse como eu, mudaria algum coisa, sobre como você... Enxerga a vida? Disse o Homem cego
- Com toda certeza! Mas sem dúvida ajudaria a me reestabelecer.
- Bem, me descreva o dia mais uma vez, me descreva como as pessoas estão vestidas, como elas estão andando, com quem estão, me de detalhes, desta vez e eu lhe dou 2 moedas.
- Bem as pessoas estão em grande maioria com casacos e cachecol, tem uma senhora com casaco marrom e cachecol vermelho, passeando com o cachorro, tem um garoto brincando de frisb com outro cão, parece até que eles estão em um parque, tem um casal sentado e se beijando, e um rapaz fazendo uma pintura da torre, tudo tão Paris, inúmeros turistas tirando fotos e as folhas da arvore lateral estão se soltando e dançando na ar junto com o vento, e é tão...
- Lindo, romântico, é tudo tão Paris. – Disse o homem se levantando e estendendo as moedas para Jacob.
Jacob pegou as moedas e o observou sua expressão de dor ao segurar e desdobrar sua varinha de tato e colocando a ponta dela cuidadosamente no chão.
- Me diga Senhor qual é o seu nome?
- Me chamo Jacob, mas o Sr. Está mesmo bem? Aproposito Quem é você? De onde você veio? Como se chama?
- Eu? Hahaha, Eu sou só alguém quer ajudar! – Disse o Homem cego ignorando a primeira das três perguntas. Sou Alguém que veio de uma dessas ruas e becos que nem você. Disse seguindo seu caminho e deixando o Jacob sozinho no beco frio e solitário.
Poucos minutos depois Jacob pegou suas coisas e seguiu para outro beco, por um instante parou e pensou na possibilidade de juntar moedas o bastante para que pudesse mudar de vida.
Mas naquele dia ele ainda era ele mesmo, o velho e pobre Jacob, se sentou num beco com algum movimento de pessoas, inclinou a cabeça e ergueu as mãos, naquele dia recebeu alguns pedaços de bolos e uns trocados junto com meio sanduiche, não havia visto o rosto das pessoas, seus olhos estavam cansados, no final do dia se levantou e colocou as mãos no rosto, sua cabeça estava doendo, olhou em seus bolsos, havia pouco mais de três dólares, não havia como comprar nada com aquilo, olhou no outro bolso e encontrou as moedas, pensou em vende-las, não poderia ir em nenhuma loja de penhores, da outra vez estava com uma moeda e não conseguiu vende-la ali. Então olhou ao redor e viu uma joalheria com uma pequena placa discreta. “Acheter de l'or “, “compra-se ouro.”
Ele olhou suas roupas, bateu com as mãos nas calças para tirar a poeira, fechou o casaco escondendo a camiseta velha, e seguiu em direção a joalheria qual foi barrado na porta.
O senhor não pode entrar! Disse um segurança.
Jonas lhe mostrou as moedas e disse que queria vende-las, o guarda pediu que ele aguarda-se por um tempo ali fora enquanto ele falava com a gerencia da loja. Instantes depois o guarda voltou pedindo para que ele o acompanhassem.
- Boa noite Senhor...? Disse um jovem de aparência delicada e com um tom de voz que fez Jacob duvidar de sua sexualidade.
- Jacob, meu nome é Jacob.
- É de padrão na empresa que todos na empresa saiba algo sobre joias e variados para trabalhar aqui, e meu segurança disse que você tem algo que brilha muito bem para ser uma bijuteria.
- Tenho estas moedas que recebi de... de herança.
- Posso? Questionou o jovem estendendo as mão na direção das moedas que Jacob estava segurando.
- Sim claro. Disse Jacob entregando as moedas ao senhor.
- Nossa mais isso é outro puro.
- Sim 999 pontos, quase sem liga metálica. Disse Jacob se lembrando do que o velho homem da loja de penhores havia lhe falado.
- Hum... Um entendedor de ouro. Me diga como que um homem como o senhor acabou assim? Disse o rapaz de orientação sexual duvidosa apontando para as roupas de Jacob.
- Longa história. Então quando pode me oferecer por elas?
- 2800 Euros, é pegar ou largar, sem pechincha, sem choramingar.
- 2800?
- Tá!! 3.000 e não se fala mais no assunto.
- 3.000 pra mim está... Ótimo! Disse Jacob com a garganta seca.
- Aqui está!
- Cheque? Desculpe eu só aceito se for em dinheiro vivo.
- O que acha que meu cheque não tem fundos?
- Não jamais, é que na minha situação atual não sou bem visto em bancos.
- Hum... tudo bem.
O jovem chamou um de seus funcionários e mandou levar as moedas para algum lugar e trazer o dinheiro.
Jacob pegou o dinheiro colocou em um envelope e guardou no bolso de seu casaco. Seguiu para um albergue onde ali se alimentou com uma refeição completa e passou a noite em uma cama. Era confortável, era calmo, o vento não soprava forte no meu da noite acordando ele de seu sono, não havia perigos, ou infortúnios de guardas pela manhã, ele está bem, ele estava seguro, então ali se deitou e adormeceu.
Quando acordou sua visão estava turva, mal conseguia ver a porta de onde estava nitidamente, estava de dia podia sentir a luz invadindo o quarto, se dirigiu até a janela e ali no longe, uma sombra em pé, algo grande e gigante... a torre de metal havia se tornado um borram ao longe. Ao perceber o que estava acontecendo não teve outra reação a não ser correr, então correu até o beco onde ficava e ali estava, estava ai parado como se esperasse por ele.
O homem cego.
- Ei o que está acontecendo.
- Olá Jacob, como assim o que está acontecendo?
- minha visão está turva.
- Meu Deus como assim?
- Eu não sei, mas que diabos você está fazendo aqui?
- Eu estava passando e percebi que você não estava aqui, então parei pra esperar talvez estivesse chegando, pensei que talvez você estaria por perto
- Eu consegui vender aquelas moedas que você me deu ontem, e deu uma boa grana, mas hoje eu acordei assim, cara você tem que me ajudar!
-Está bem, tome! E venha comigo. Disse o homem cego com um sorriso incontido no rosto.
- O que é isso? Disse Jacob ao receber um pequeno pacote.
- São as moedas que separei pra hoje, tem em torno de umas 27 moedas ai dentro, venha comigo, conheço um oftalmologista a poucas quadras daqui, ele me ajudou antes que eu ficasse completamente cego.
- Certo, por favor me ajude.
- Eu vou te ajudar, caso contrário com quais olhos eu apreciaria as manhãs. Ele esse medico não é o cara mais gentil do mundo, mas você pediu me ajuda certo?
- Certo!
- Então está certo temos um acordo. Agora vamos.
Ambos foram até o consultório que o Homem cego havia comentado.
Assim que chegaram o Homem cego se precipitou a cumprimentar o médico e fazer as apresentações formais.
- Bem Dr. Este é um amigo meu, ele acordou esta manhã com a visão turva, por favor o ajude como o senhor me ajudou, por favor, ele precisa de sua ajuda.
- Venha jovem se deite aqui.
- Meus serviços não são baratos, e cobro na hora você sabe disso. Disse ele par ao Homem cego.
- Tome, fique com tudo, mas me ajude Dr. Eu estou ficando cego. – Disse Jacob cortando a conversa dos dois e estendendo o saquinho de moedas para o Dr.
O Dr. Olhou para o homem cego que afirmou com a cabeça! O Dr. Então fez apenas uma pergunta para o rapaz ali a sua frente.
- O nosso amigo em comum lhe falou sobre meu métodos e você aceitou o acordo?
- Sim aceito, agora me ajude!
Então o Dr. Respondeu com um mesmo gesto para o Homem cego e então anestesiou o Jacob.
Tudo completamente claro, era assim que tudo estava, uma tv estava ligada no fundo da sala, ou era um rádio? Apenas podia ouvir as notícias, falava de pessoas que haviam se transformado em estatuas de ouro em meia luz do dia e depois desaparecido.
Olá Jacob.
- Olá, por que tudo está tão branco? Onde estou?
- Estamos na sala do consultório.
- Por que eu não estou vendo nada.
- Por que você aceitou.
- Aceitei o que?
Me vender a sua visão.
- Eu não fiz isso!
- Fez sim, você aceitou minha primeira moeda, que teria sido mais fácil se você tivesse gastado ela, mas você não o fez, por isso tive que acelerar as coisas te dando duas moedas quais você vendeu e usufruiu do dinheiro, por fim as últimas 27 moedas!
- Não isso não pode ser verdade.
- Sim isto é!
- Mas você disse que o médico me ajudaria!
- E ajudou, você agora vê o mundo como eu vejo, agora você sabe que o mundo não precisa de ouro, precisa de humanidade, eu te livrei da doença de ver o mundo como realmente ele é, um mundo pecaminoso onde as pessoas se condenam e se destroem por desejar incessantemente aquilo que os olhos veem e almejam, você quase que sabia disso, mas havia uma parte em você que ignorava isso, você na primeira oportunidade se preocupou mais com você do que com qualquer outra pessoa, poderia ter comprado alimento para outros desabrigados como você, pessoas que você entende muito bem pelo que eles passam, mas não, você ainda assim não o fez, mas fique tranquilo, você não é o único que cometeu esse erro, eu também cometi, a melhor parte é que um dia ele acaba.
- Como assim? De que merda você está falando?
Bem é bom você decorar esse caminho, pois aqui vai ser o seu refúgio, você tem três meios de voltar a ser quem você era, Não que isso seja algo bom de acordoo com seus status financeiro atuais.
- Como assim decorar o caminho? De que merda você está falando, eu não quero ficar cego.
- Você pode recuperar a visão.
- Como, o que você quer que eu faça?
- Eu? Eu não quero nada, eu já tive o que eu queria. Uma nova maneira de ver a vida. Entramos nessa para ter um dom divino, o dom de ter ao alcance todo o ouro do mundo, mas isso de nada vale, pois simplesmente não podemos ver a preciosidade desse ouro o poder que ele te permite ter.
- Então por que está fazendo isso comigo?
- Por que alguém tem que servir de moeda de troca.
- Troca?
-A é.... Esqueci de te explicar.
- Explicar o que?
- Ainda bem que você perguntou. É sobre como as moedas funcionam.
- E como é que elas funcionam?
- Bem como estava dizendo trem três caminhos pra se usar as moedas, o primeiro é bem simples, se você não gosta de alguém ou conhece alguém que seja tão ganancioso que sua ganancia transpire pela pele é só você deixar uma pessoa assim roubar uma moeda de você e ela se torna uma estátua de ouro, como aqueles guardas que te roubaram. Ai você repete isso 30 vezes, por trinta dias, e bem você estará livre, o erro disso é que se a pessoa errada te roubar a contagem zera, e você tem que contar tudo de novo.
A segunda é mais simples ainda, porem difícil de se fazer, você passa trinta anos cego e dando moedas para pessoas aleatórias, apenas uma por dia, isso por trinta anos, um ano pra cada moeda que você gastou.
E terceiro e mais rápido de todos, porém difícil de fazer, que é você presentear alguém humilde com as moedas, se essa pessoa não gastar a primeira moeda, por isso que chamei os guardas pra você naquela manhã dizendo que você havia me roubado, mas bem isso não importa mais, bem onde eu estava a é.... Se essa pessoa não gastar a primeira moeda e aceitar te vender a visão ainda que por instante, Voá-la... Seus olhos estão de volta!
Porém esse trato só se torna valido a partir do momento que a pessoa qual faz o acordo passa a ter conhecimento dos três caminhos, caso contrário ela pode gritar abdicar e se desfazer de toda as consequências causada pelas moedas e fazer o feitiço virar contra o seu mal feitor, tornando ele no caso Eu em uma estátua de ouro.
- Abdicar.
- Não adianta falar agora seu tolinho! Eu já acabei de te contar os três caminhos.
- Seu desgraçado. Disse Jacob socando o ar.
- Lado errado estou aqui!
- Seu maldito por que fez isso comigo?
- Nada pessoal é sério! Mas pode ficar tranquilo, o Dr. Aqui vai cuidar bem de você ele é o portador das moedas, sempre que precisar ele vai te fornecer as moedas, claro no máximo 30
por dia. E cuidado evite segurar as moedas por muito tempo eles queimam a sua mão disse o rapaz que já não era mais cego colocando uma moeda na palma da mão de Jacob. Que começara a gritar pela dor que estava sentindo, poia a moeda queimou a ponto se fixar na palma da mão dele.
- Seu maldito! Tire essa coisa de mim, tire isso de dentro da minha mão.
- Relaxa quando conseguir passar por um dos caminhos ela vai sair sozinha, e ai você decide se vai querer guardar de lembrança ou se vai querer dar de presente pra alguém.
- Seu Desgraçado...
- Acredite não é tão ruim assim, exceto se você escolher esperar trinta anos. Já ia me esquecendo de um detalhe legal, se você passar trinta dias sem transformar ninguém em ouro você se torna uma estátua.
- Seu maldito! Repetiu Jacob com uma voz pesada e entristecida e ainda sim repleta de dor e ódio.
- Bem agora se os senhores me permitem, com licença! Aproposito... Magnifica gravata vermelha Dr. E Jacob.... Boa sorte!
Disse o homem que já não era mais cego, colocando o seu chapéu e saindo pela porta sorrindo, como nunca havia se visto sorrindo.
O Dr. Se aproximou de Jacob Desamarrando ele da maca. E colocou o saco de moedas sobre o colo do jovem que havia se sentado na maca – Você tem um bom coração, você vai se sair bem! Agora cuidado pra não sujar nada sua mão direita está cheia de sangue.
- Por que isso aconteceu comigo? Perguntou Jacob se levantando e esbarrando em algumas coisas no caminho.
- Por quê? Ora pensei que o motivo estava claro, por que seus olhos era o que de pior que havia em você, ele fez você se desesperar quando devia ter tido calma, fez você fraquejar quando devia ter sido forte, seus olhos foram a porta para o seu fracasso, quer você queira ou não aceitar esse é um recomeço perfeito para você, a segunda chance de ouro. Quando sua visão voltar, claro isso se você for forte o bastante para cumprir os desafios e punir as pessoas que merecem.
- E o que acontecem com as pessoas depois que viram ...
- Bem as moedas não surgem exatamente do nada.
- Você é um monstro!
- Monstro? Venha até aqui! Disse o Dr. Misterioso pegando Jacob pelo braço com tal força que o fez se sentir um brinquedo na mão de uma criança.
Naquele instante sua visão começou a voltar, ele estava de frente a vidraça de uma janela molhada por gotas de chuva, apoio sua mão no vidro, a viu cheia de sangue, no fundo do vidro embaçado pela chuva a visão turva da torre de metal.
- Você me chamou de monstro não é? Agora veja você mesmo, como você vivia, e agora veja como eu vejo o mundo, milhares de pessoa se consumindo, gastando milhares de euros e dólares para inflar seu maldito ego, viajando o mundo em pássaros de metal, para ver uma pilha de metal, achando nisso valor mais tangível do que ajudar ao próximo, eu não sou um monstro meu caro. A sua espécie que almeja tanto o ouro que destrói até a própria vida. Eu apenas estou fazendo um favor a vocês tirando o seu lixo da rua, deixando vocês escolherem os frutos podres no cesto para recolhe-los e tira-los de linha permanentemente e usar suas partes para atrair outros porcos cegos pela ganancia que se enganam acreditando que podem ver o mundo com seus olhos impuros.
Naquele momento o Misterioso medico soltou o braço de Jacob e a visão do Rapaz em frente a vidraça começava a se embranquecer novamente ele apenas pode olhar para sua mão e ver uma moeda cravada e enraizada no centro da palma de sua mão, como se aquilo sempre estivesse ali, voltou os olhos pra vidraça e viu a marca de sangue que sua mão havia deixado, ao longe a velha torre de metal e tudo ficou branco novamente, branco e imaculado.
- Se eu vou ter que fazer isso, pode ao menos me dizer quem diabos é você? Disse Jacob passando a entender que quem quer que aquele homem fosse, aquilo estava longe da normalidade e que pra sair de onde estava teria que jogar conforme as regras do jogo.
- Eu... Eu não sou o diabo se é isso que quer saber... Eu... Ou melhor, eles me chamam de...
Midas.
Por: André C. Sanches.
Agradecimentos:
Primeiramente a alguns amigos em especial pois não os vejo a muito tempo.
Pois foram as pessoas que mais me coloram nesse caminho,
Lucas Raoni por ser o fã das minhas histórias antes mesmo que eu pensasse em escreve-las.
Angélica Sandy pois foi a pessoa que me jogou essa carga de escrever, me dando um norte para encontrar meu sonho e expressar meus pesadelos.
Alex e Raimundo por serem em minha vida mais do que simples professores, por serem o meu AR, meu trilho, pois foram os pais que eu não tive em minha infância e adolescência, agradeço imensamente a estes dois pois sem ambos eu simplesmente não estaria respirando.
Agradeço a minha namorada Núbia santos que me ajudou a persistir em meus objetivos neste último ano, resultando neste e em muitos outros trabalhos.
A minhas amigas Michelle Bento, Fernanda Campos e Laura Ambar por serem minhas leitoras Betas e minhas amizades mais malucas.
A minha mãe, meu pequeno irmão Gabriel e minha família qual quase sempre me vem à cabeça quando preciso de inspiração e motivação para escrever.
E também a todos os meus amigos que curtem a Page, leitores betas de meus contos, que interagem, fazem sugestões e críticas.
Aos colaboradores que trabalharam e auxiliaram na revisão da versão final do texto.
As inúmeras pessoas que conhecem meus projetos
e me alugam seus ouvidos para escutar minhas historias
por mais que absurdas e malucas que elas sempre são.
E Claro a você leitor, mesmo que esteja lendo isso por acaso assim como alguém que não quer nada. Pois se não fosse por você está obra seria vaga e sem proposito. Obrigado por ler e compartilhar esta e outras histórias que estão por vir. Meu mais sincero agradecimento.
Atenciosamente: André C. Sanches. 2016.
Notas ao Leitor
Midas é um personagem da mitologia grega, rei da Frígia. É baseado em um rei de mesmo nome da Frígia (uma região da moderna Anatólia, Turquia), do século VIII a.C., havendo sobre esse rei dois conhecidos mitos. Tinha um filho chamado Litierses, que servia a ele como protetor (Litierses era conhecido como “ceifador de homens”, devido à sua fama de decapitar os inimigos).
O principal mito atribuído a Midas, o de transformar em ouro tudo o que tocava, adquiriu um caráter simbólico e metafórico na sociedade contemporânea, sendo facilmente compreensíveis na nossa cultura analogias simbólicas como a de um “complexo de Midas
Fonte Wikipédia.